domingo, 8 de março de 2009

A CRISE NÃO É COMO O SOL, QUANDO NASCE NÃO É PARA TODOS...

(ou: salários de eurodeputados sobem para o dobro)


O vencimento único para os eurodeputados é uma das medidas resultantes do Novo Estatuto do Deputado do Parlamento Europeu. Eurodeputados portugueses passam a ganhar o dobro, de 3815 passam a 7665 euros mensais.
A partir das próximas eleições europeias, com a entrada em vigor do Novo Estatuto do Deputado do Parlamento Europeu (PE), os eurodeputados portugueses vão ganhar tanto quanto os restantes deputados europeus.
As regras actuais estipulam que os eurodeputados sejam pagos mediante as tabelas salariais dos deputados das assembleias nacionais. O que leva a “disparidades salariais altíssimas” entre deputados europeus de diferentes países.

Registo a justeza do princípio e concordo: trabalho igual, vencimento igual, sem olhar à região de origem do cidadão (registe-se o cidadão ao invés do deputado) ou o local da união em que se encontra. Sem olhar a quem. Quero com isto dizer que se me bato todos os dias para ter acesso à qualidade de vida que, por exemplo, os nórdicos já usufruem, seria hipocrisia da minha parte sequer sugerir que os deputados são cidadãos à parte. Não são.

Outra coisa é achar que vivemos no melhor dos mundos, que a crise a que chamam de financeira, mas que também é social, familiar e a todos toca de alguma forma, não existe. Outra coisa é achar que os deputados, europeus ou nacionais, fazem parte daqueles que passam mal, que subsistem e mal sobrevivem ao invés de existirem e viverem. Outra coisa é achar amoral uma coisa que é evidentemente imoral. Outra coisa é achar que a crise é como o sol, quando nasce é para todos.

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