terça-feira, 31 de março de 2009

ALGUNS DADOS PARA
UM DEBATE SÉRIO
ACERCA DO TGV

Investimento estimado (ou seja, sem as habituais derrapagens): 8 milhões de euros (4.5 milhões para a linha Porto - Lisboa, pela margem norte do Tejo, proposta da RAVE, mais 3.5 milhões de euros para a ligação Lisboa - fronteira do Caia, da linha Lisboa – Madrid acrescida dos custos da travessia do Tejo (nova ponte). Refiro-me ao investimento inicial, sem considerar os custos de manutenção e exploração.

Custo do bilhete no TGV Porto - Lisboa: considerando que um bilhete (só ida) no Alfa custa 27 euros, julgo que não exagero se disser que no TGV custará cerca de 60. Diferença em tempo de duração entre as viagens no Alfa e no TGV: meia hora. (Note-se que o estado das linhas não permite ainda que o Alfa atinja a sua velocidade máxima.)

Condições de rentabilização da linha Lisboa - Madrid (refiro-me apenas aos custos de manutenção e exploração, porque o investimento inicial é sem retorno): seria necessário que viajassem, entre as duas cidades, um mínimo de 2 milhões de pessoas por ano. Custo do bilhete, segundo o governo: 100 euros. Portanto, cerca de 160 para quem viajasse do Porto, mais ou menos o triplo de uma viagem de avião numa companhia low-cost para quem partisse do Porto O dobro para quem fosse de Lisboa.

(Três nota finais: 1 – é verdade que, entre os dirigentes partidários, Manuela Ferreira Leite se tem destacado pela sua oposição à oportunidade da criação de uma linha de alta velocidade em Portugal. Mas muitas outras pessoas de diferentes quadrantes políticos se têm pronunciado nesse sentido. Por exemplo, João Cravinho, do PS. 2 – A esmagadora maioria dos países europeus não tem linha de TGV. 3 – É conhecido de todos o défice brutal atingido pela nossa balança comercial. O equipamento necessário ao funcionamento do TGV é quase todo importado…)

A LUTA CONTRA O DESEMPREGO
PASSA PELO APOIO ÀS PME'S

Grande parte das PME’s industriais ou comerciais debate-se com a falta de fundos de maneio que lhes permitam fazer face às despesas que ocorrem no tempo que separa o investimento das vendas. Apesar das transferências de dinheiros públicos para a banca, a verdade é que esse capital está achegar dificilmente às empresas. E, quando chega, é sob a forma de empréstimos com juros exorbitantes e, para muitas, proibitivos. Sabe-se que a banca tem aproveitado a descida da euribor para subir os spreads, conseguindo assim lucros máximos para ela própria e dificuldades máximas para quem dela precisa.

Por outro lado, as linhas de crédito abertas pelo governo tendem a favorecer os empresários “amigos” (veja-se o artigo PMEs – Como dar esperança a esta gente?, de Jorge Bateira, no nª3 da revista OPS!, publicada on line por Manuel Alegre e pela Corrente de Opinião Socialista) e deixam muitas outras de fora. Em contrapartida, o Estado não se coíbe de contrair verdadeiros empréstimos sem juros junto de empresas já endividadas sob a forma do actual regime de cobrança do IVA, dos pagamentos por conta e dos prazos alargadíssimos de pagamento de serviços efectuados.

Posto isto, parece-me que a aplicação de medidas como o pagamento do IVA no momento da passagem do recibo e não da factura, o fim dos pagamentos por conta e a abertura de uma conta-corrente que permita às empresas credoras do Estado deduzirem essas dívidas no montante dos impostos a pagar, poderiam ajudar as PME’s a afrouxar o nó da agiotagem bancária, fornecendo-lhe maiores possibilidades de auto-financiamento.

Volto a frisar uma questão fundamental: da sobrevivência das PME’s depende o trabalho de 80% dos portugueses!

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