Sondagens – Presidenciais
As três últimas sondagens publicadas dão-nos os seguintes resultados: Aximage: Cavaco Silva, 56%; Manuel Alegre, 21,6%; e Fernando Nobre, 13,8%; Universidade Católica (CESOP): Cavaco Silva, 57%; Manuel Alegre, 19%; e Fernando Nobre, 8%. Eurosondagem: Cavaco Silva, 36,9%; Manuel Alegre, 25%; Fernando Nobre, 9,6%; e candidato indicado pelo PCP, 5%.
Note-se que a sondagem da UC não pede uma indicação de voto, mas apenas uma opinião acerca de qual dos candidatos seria o melhor PR. Portanto, nada nos permite afirmar que quem emite essa opinião tenha a intenção de votar. A sondagem da Aximage não refere a percentagem de indecisos. O total apurado dá 90,4%. Já a CESOP refere a existência de 16% de indecisos e a Eurosondagem de 16,9%. Além disso, só a Eurosondagem inclui a possibilidade de votar num candidato indicado pelo PCP, embora o aparecimento desse candidato seja muitíssimo provável. 6,9% dos inquiridos por essa sondagem admitem votar ainda noutro candidato que vier a aparecer.
Posto isto, parece-me que, embora Cavaco Silva parta numa posição de favorito, a sua vitória final não é ainda um facto adquirido. De facto, à direita já está tudo definido. Logo, é pouco provável que haja uma percentagem significativa de indecisos que possa vir a votar Cavaco. Pelo contrário, a intenção de voto em qualquer uma das outras candidaturas têm um potencial de crescimento não desprezível, uma vez não se sabe ainda quem vai contar com o apoio oficial do PS e quem será o candidato do PCP. Se Cavaco Silva for obrigado a uma 2ª volta e se Manuel Alegre souber chamar a si os votos de Fernando Nobre e do PCP, então poderá falhar a sua reeleição.
Falo concretamente em Manuel Alegre porque é ele que aparece como o segundo candidato mais votado em qualquer uma das sondagens analisadas.
Parece, pois, que só ele se encontra em condições de disputar a vitória a Cavaco Silva. E este facto obriga-me a questionar a tomada de posição de um conjunto de aderentes do Bloco ligados a duas tendências, a da Ruptura/FER e a da Esquerda Nova, apoiantes das listas C e D, derrotadas na última Convenção, que apareceram recentemente a pedir a convocação de uma Convenção Extraordinária para rever o apoio dado pela Mesa Nacional do Bloco à candidatura de Manuel Alegre.
O seu argumento fundamental parece ser este: o BE não pode apoiar o candidato que o PS apoiar oficialmente. Note-se que Manuel Alegre já deu sobejas provas de independência política para poder ser apresentado como “o candidato de Sócrates”. Mas, pelos vistos, nada disso importa. Aqueles puristas pura e simplesmente não querem misturas. É claro que, desta forma, o Bloco acabaria por deixar de ter qualquer iniciativa política. Primeiro, teríamos que esperar pelo que Sócrates dissesse para, depois, dizer o contrário.
Mesmo um eventual apoio a Fernando Nobre ficaria contaminado por este princípio. Como se sabe, a candidatura de Fernando Nobre surgiu estimulada pela linha soarista do PS. Vamos imaginar que essa linha conseguia o apoio da direcção do Partido. Então, já não seria possível ao Bloco dar-lhe o seu apoio e Manuel Alegre poderia voltar a ser uma hipótese possível…
O BE deveria apresentar uma candidatura própria? É uma hipótese que também é avançada pelos defensores da Convenção Extraordinária. Contudo, ninguém pode obrigar nenhum dos membros da Comissão Política a candidatar-se contra a sua própria vontade. O mesmo se poderá dizer para a grande maioria dos membros da Mesa Nacional (onde a proposta de apoiar a candidatura de Alegre só teve dois votos contra e seis abstenções). Não vejo nenhum destacado dirigente do Bloco a aceitar assumir essa candidatura. Quem seria então o candidato do BE? Parece-me que resta àqueles que desejam uma Convenção Extraordinária fazer avançar o seu próprio candidato. Talvez o Gil Garcia…
As três últimas sondagens publicadas dão-nos os seguintes resultados: Aximage: Cavaco Silva, 56%; Manuel Alegre, 21,6%; e Fernando Nobre, 13,8%; Universidade Católica (CESOP): Cavaco Silva, 57%; Manuel Alegre, 19%; e Fernando Nobre, 8%. Eurosondagem: Cavaco Silva, 36,9%; Manuel Alegre, 25%; Fernando Nobre, 9,6%; e candidato indicado pelo PCP, 5%.
Note-se que a sondagem da UC não pede uma indicação de voto, mas apenas uma opinião acerca de qual dos candidatos seria o melhor PR. Portanto, nada nos permite afirmar que quem emite essa opinião tenha a intenção de votar. A sondagem da Aximage não refere a percentagem de indecisos. O total apurado dá 90,4%. Já a CESOP refere a existência de 16% de indecisos e a Eurosondagem de 16,9%. Além disso, só a Eurosondagem inclui a possibilidade de votar num candidato indicado pelo PCP, embora o aparecimento desse candidato seja muitíssimo provável. 6,9% dos inquiridos por essa sondagem admitem votar ainda noutro candidato que vier a aparecer.
Posto isto, parece-me que, embora Cavaco Silva parta numa posição de favorito, a sua vitória final não é ainda um facto adquirido. De facto, à direita já está tudo definido. Logo, é pouco provável que haja uma percentagem significativa de indecisos que possa vir a votar Cavaco. Pelo contrário, a intenção de voto em qualquer uma das outras candidaturas têm um potencial de crescimento não desprezível, uma vez não se sabe ainda quem vai contar com o apoio oficial do PS e quem será o candidato do PCP. Se Cavaco Silva for obrigado a uma 2ª volta e se Manuel Alegre souber chamar a si os votos de Fernando Nobre e do PCP, então poderá falhar a sua reeleição.
Falo concretamente em Manuel Alegre porque é ele que aparece como o segundo candidato mais votado em qualquer uma das sondagens analisadas.
Parece, pois, que só ele se encontra em condições de disputar a vitória a Cavaco Silva. E este facto obriga-me a questionar a tomada de posição de um conjunto de aderentes do Bloco ligados a duas tendências, a da Ruptura/FER e a da Esquerda Nova, apoiantes das listas C e D, derrotadas na última Convenção, que apareceram recentemente a pedir a convocação de uma Convenção Extraordinária para rever o apoio dado pela Mesa Nacional do Bloco à candidatura de Manuel Alegre.
O seu argumento fundamental parece ser este: o BE não pode apoiar o candidato que o PS apoiar oficialmente. Note-se que Manuel Alegre já deu sobejas provas de independência política para poder ser apresentado como “o candidato de Sócrates”. Mas, pelos vistos, nada disso importa. Aqueles puristas pura e simplesmente não querem misturas. É claro que, desta forma, o Bloco acabaria por deixar de ter qualquer iniciativa política. Primeiro, teríamos que esperar pelo que Sócrates dissesse para, depois, dizer o contrário.
Mesmo um eventual apoio a Fernando Nobre ficaria contaminado por este princípio. Como se sabe, a candidatura de Fernando Nobre surgiu estimulada pela linha soarista do PS. Vamos imaginar que essa linha conseguia o apoio da direcção do Partido. Então, já não seria possível ao Bloco dar-lhe o seu apoio e Manuel Alegre poderia voltar a ser uma hipótese possível…
O BE deveria apresentar uma candidatura própria? É uma hipótese que também é avançada pelos defensores da Convenção Extraordinária. Contudo, ninguém pode obrigar nenhum dos membros da Comissão Política a candidatar-se contra a sua própria vontade. O mesmo se poderá dizer para a grande maioria dos membros da Mesa Nacional (onde a proposta de apoiar a candidatura de Alegre só teve dois votos contra e seis abstenções). Não vejo nenhum destacado dirigente do Bloco a aceitar assumir essa candidatura. Quem seria então o candidato do BE? Parece-me que resta àqueles que desejam uma Convenção Extraordinária fazer avançar o seu próprio candidato. Talvez o Gil Garcia…
Pergunta retórica: quantos membros da mesa nacional do BE é que Não são pagos pelo BE/parlamentos/câmaras e afins?
ResponderEliminarAchas que isso explica a votação que houve? Ou a política e o salário são duas coisas completamente diferentes???
Caro anónimo:
ResponderEliminarConfesso não compreender o sentido da sua questão. O BE já apresentou por duas vezes candidaturas próprias à Presidência da República (Fernando Rosas e Francisco Louçã). O facto de agora não o ter feito está de acordo com a orientação política geral aprovada por larga maioria na última Convenção. De qualquer forma, satisfaço a sua curiosidade: têm assento na Mesa Nacional do Bloco 81 pessoas, das quais, salvo erro, 15 são deputados na AR e dois no PE (uma deputada da AR e outro do PE são independentes.
Os promotores da Convenção extraordinária são apoiantes das moções C e B, e já agora, da A, basta ler os nomes em http://convencaoextraordinaria.blogspot.com/
ResponderEliminarEste post tresanda a sectarismo e pesporrência.