terça-feira, 23 de março de 2010

Aguiar-Branco, Passos Coelho ou Paulo Rangel?

A campanha eleitoral para a presidência do PSD entra na recta final e a batalha disputa-se em várias frentes. Em que ponto nos encontramos?

a) Quem parece apostar mais na apresentação, a curto prazo, de uma moção de censura ao governo? 1º, Passos Coelho; 2º, Aguiar-Branco; 3º, Paulo Rangel.
b) Quem parece rejeitar mais liminarmente a possibilidade de se abster numa votação na AR acerca do PEC? 1º, Passos Coelho: 2º, Paulo Rangel; 3º, Aguiar-Branco.
c) Quem parece defender uma alternativa mais radicalmente neoliberal à actual política governamental? 1º, Passos Coelho; 2º Paulo Rangel; 3º Aguiar-Branco.
d) Quem parece estar mais alinhado com as posições políticas de Manuela Ferreira Leite? 1º) Aguiar-Branco; 2º Paulo Rangel; 3º Passos Coelho.
e) Quem parece apoiar com mais convicção a recandidatura de Cavaco Silva? 1º, Aguiar-Branco; 2º Paulo Rangel; 3º, Passos Coelho.

Posto isto, quem se apresenta como favorito? Evidentemente, Passos Coelho. Os militantes do PSD estão cansados de ser oposição e serão mais facilmente seduzidos por quem lhes prometer o poder ali já, ao dobrar da esquina.

Quem gostaria José Sócrates que vencesse? Passos Coelho. Sócrates quer eleições antecipadas porque supõe que sairia delas reforçado. Além disso, o discurso radicalmente neoliberal de Passos Coelho talvez lhe permitisse agitar de novo, como o fez nas últimas eleições, o espantalho do regresso da direita ao poder e apresentar-se junto do eleitorado do seu partido como o melhor representante da “esquerda possível”.

Quem preferiria Paulo Portas? Passos Coelho. Uma oposição radical do PSD ao governo, alargaria a margem de negociação do CDS-PP e deixaria o PS refém da sua vontade.

E o que deve pensar a esquerda de tudo isto? Na minha opinião, não deve levar as disputas entre os diversos candidatos à presidência do PSD demasiado a sério. Separa-os, sobretudo, divergências acerca da melhor forma de conquistar o partido. O que fará o vencedor é outra coisa. A grande questão que se lhe vai colocar é a de saber escolher o momento oportuno para a realização de eleições antecipadas. E para isso vão olhar, sobretudo, para as sondagens de opinião. Serão elas e não os seus actuais discursos quem vai determinar as suas escolhas.

Resta uma última questão. Se o PSD ganhar as próximas eleições, o que é que vai fazer no governo? É a pergunta mais difícil. Ainda se lembram do “choque fiscal” de Durão Barroso? Logo que chegou ao poder, tratou de subir os impostos. Mas se tenho que lhe responder, então arrisco esta hipótese: não será uma política radicalmente diferente daquela que já conhecemos pela mão de José Sócrates e de Teixeira dos Santos.

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