Elogio de Manuela Ferreira Leite
Chega hoje ao fim o mandato de Manuela Ferreira Leite como presidente do PSD. Julgo que não será necessário reafirmar aqui a minha discordância com as suas concepções ideológicas e políticas. Nada disso me impede de reconhecer nela qualidades de carácter que se vão tornando raras em muitos dos nossos dirigentes partidários, nomeadamente naqueles que disputam a liderança dos dois maiores partidos e a chefia do governo.
Ninguém é capaz de ouvir José Sócrates sem se interrogar acerca do traçado da incerta fronteira que separa no seu discurso a verdade da mentira. Todos sabemos como ganhou a últimas eleições: escondendo factos essenciais a respeito da situação da dívida pública e prometendo fazer exactamente o contrário daquilo que, passados poucos meses, nos apresenta como indispensável.
Passos Coelho, o presumível futuro presidente do PSD, é um Sócrates 2. Alguém para quem a imagem e popularidade tudo justificam. Aparentemente, promete uma viragem à direita do PSD e um reforço da sua orientação neoliberal. Mas dirá tudo o que lhe pareça se útil para chegar ao poder – depois se verá.
Ambos têm a escola das “jotas”, onde aprenderam que o poder é tudo e todos os meios para o alcançar são legítimos. E talvez tenha sido por isso mesmo que José Sócrates lá chegou e Passos Coelho seja capaz de lá chegar. Os militantes do PS e do PSD sabem-no bem e, portanto, os dois têm os respectivos aparelhos nas mãos.
Confrontada com estas duas personagens Manuela Ferreira Leite é uma outsider. Decididamente não tem jeito para a política. Tem o defeito da frontalidade e da honestidade. Não é uma boa comunicadora e, imaginem, tem o hábito de dizer aquilo que julga ser justo, mesmo quando os eleitores gostariam de ouvir o contrário!
Chega hoje ao fim o mandato de Manuela Ferreira Leite como presidente do PSD. Julgo que não será necessário reafirmar aqui a minha discordância com as suas concepções ideológicas e políticas. Nada disso me impede de reconhecer nela qualidades de carácter que se vão tornando raras em muitos dos nossos dirigentes partidários, nomeadamente naqueles que disputam a liderança dos dois maiores partidos e a chefia do governo.
Ninguém é capaz de ouvir José Sócrates sem se interrogar acerca do traçado da incerta fronteira que separa no seu discurso a verdade da mentira. Todos sabemos como ganhou a últimas eleições: escondendo factos essenciais a respeito da situação da dívida pública e prometendo fazer exactamente o contrário daquilo que, passados poucos meses, nos apresenta como indispensável.
Passos Coelho, o presumível futuro presidente do PSD, é um Sócrates 2. Alguém para quem a imagem e popularidade tudo justificam. Aparentemente, promete uma viragem à direita do PSD e um reforço da sua orientação neoliberal. Mas dirá tudo o que lhe pareça se útil para chegar ao poder – depois se verá.
Ambos têm a escola das “jotas”, onde aprenderam que o poder é tudo e todos os meios para o alcançar são legítimos. E talvez tenha sido por isso mesmo que José Sócrates lá chegou e Passos Coelho seja capaz de lá chegar. Os militantes do PS e do PSD sabem-no bem e, portanto, os dois têm os respectivos aparelhos nas mãos.
Confrontada com estas duas personagens Manuela Ferreira Leite é uma outsider. Decididamente não tem jeito para a política. Tem o defeito da frontalidade e da honestidade. Não é uma boa comunicadora e, imaginem, tem o hábito de dizer aquilo que julga ser justo, mesmo quando os eleitores gostariam de ouvir o contrário!
É claro que, com ela, o PSD nunca chegaria ao poder. Mas eu, que não sou do PSD e que estou pelos cabelos com esta situação em que a demagogia campeia e dá frutos, gostaria de lhe deixar aqui esta pequena homenagem.
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