sexta-feira, 13 de maio de 2011

Debate Passos Coelho – Paulo Portas

O que é que se podia esperar de um debate entre adversários de hoje que serão aliados amanhã senão uma disputa em torno da importância relativa de cada um deles num presumível futuro governo da direita? Nada de particularmente interessante, tanto mais que o programa vão executar já foi minuciosamente traçado pela troika.

No entanto, o tema da redução da Taxa Social Única trouxe uma novidade interessante: o CDS assinou o memorando que nos compromete junto do FMI-CE-BCE a proceder a uma redução drástica das comparticipações das empresas para a segurança social, mas fê-lo com “reservas”. O que é que isso significa não ficou esclarecido. Afinal, vai ou não satisfazer aquilo que o memorando estipula?

Por redução drástica, diz o memorando, entende-se um corte de 3 a 4% do valor do PIB. Isto é, a segurança Social perde cerca de 5 mil milhões de euros por ano. Logo, haveria um corte no mesmo valor, por exemplo, nas pensões de reforma ou no subsídio de desemprego. Ou, em alternativa, uma subida dos impostos (do IVA, nomeadamente) que permita tapar aquele buraco. com os salários e as pensões congeladas, isto significaria um agravamento terrível das condições de vida das pessoas.

Os partidos que disputam o poder prefeririam que não se falasse destas coisas na campanha eleitoral. Mas o tema está lançado e ganhou mais visibilidade depois do debate Sócrates – Louçã. Agora já não é permitido fugir-lhe. E assim, para José Sócrates, a “redução drástica” até 2012 converteu-se, para consumo interno e prazo de validade de menos de um mês, numa “pequena redução” que será implementada “gradualmente”. Passos Coelho, diz que será uma redução de 4% (para Catroga poderá ir até aos 8%...) e não explica onde vai buscar o dinheiro que garanta o financiamento da segurança social E, agora, Paulo Portas veio dizer-nos que assinou com “reservas”.

Aviso á navegação: quem votar nestes senhores não diga mais tarde que foi enganado. A sua demagogia eleitoral tenta esconder o gato, mas deixa-lhe um rabo muito grande de fora.

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