Debate José Sócrates – Paulo Portas
O debate entre José Sócrates e Paulo Portas teve o condão de nos recordar que os dois estão divididos quanto à origem e à responsabilidade da crise: para José Sócrates, a sua origem está na crise internacional e a responsabilidade do recurso ao FMI cabe aos partidos da oposição que chumbaram o PEC IV; para Paulo Portas, a origem da crise está na governação de Sócrates e o recurso ao FMI era inevitável com ou sem a aprovação do PEC IV.
Ou seja, as divergências remetem-nos para o passado. Quanto ao futuro, não se descortinam. Para Sócrates o plano de resgate imposto pela troika é um “bom acordo”. Para Portas, é “melhor que o PEC IV”. Como poderia ser de outra maneira? Afinal qualquer um deles quer ir para o governo e o programa desse governo, no essencial, é esse tal “acordo”.
Resta saber quem vai dirigir o governo que o vai implementar. Portas nada disse contra a possibilidade de um governo PS-CDS, apenas não gostaria que Sócrates fosse o primeiro-ministro. Sócrates quer ser primeiro-ministro com o apoio de Portas, de Passos Coelho ou de outro qualquer.
Depois destes debates e entrevistas, o povo debate-se com a pior questão dos últimos tempos e que, cada vez mais, parece só ter respostas erradas: em quem devemos votar?
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