quinta-feira, 12 de maio de 2011

Debate José Sócrates – Francisco Louçã (1)

Procurando a tudo o custo demarcar-se das propostas do PSD, o PS descobriu o filão da redução da Taxa Social Única em 4%. De facto, a redução da contribuição das empresas para a segurança social teria de ser compensada por um aumento do IVA e, portanto, por uma considerável subida dos preços no consumidor. Isto, num contexto de congelamento de salários e pensões, traduzir-se-ia num maior agravamento das condições de vida os portugueses, dos quais, recorde-se, cerca de dois milhões vivem já abaixo do limiar da pobreza. Logo, a crítica do PS ao PSD tem toda a razão de ser.

Simplesmente, Francisco Louçã trouxe para o debate uma carta do governo para o FMI onde José Sócrates se compromete a promover uma “grande redução” da TSU… Ou seja, Sócrates prepara-se para fazer exactamente o mesmo que Passos Coelho, embora o tivesse omitido no seu programa eleitoral e se permita criticar o adversário por isso mesmo tentando assim arranjar mais uns votos.

Algumas conclusões evidentes: 1) o programa eleitoral do PS não é para levar a sério; 2) as “divergências” do PS com o PSD reduz-se a simples demagogia eleitoral; 3) no fundamental, o programa dos dois partidos é idêntico e pode encontrar-se nos compromissos que os dois partidos assumiram com a troika.

Uma nota final: A descida da TSU tem sido defendida em nome do aumento da competitividade das empresas nacionais. Mas um estudo hoje publicado no Público demonstra que ela é irrelevante do ponto de vista das PME’s, beneficiando sobretudo as grandes empresas e não necessariamente aquelas cuja produção tem tido mais peso no conjunto das exportações portuguesas. Ou seja: os prejudicados seriam os do costume e os beneficiados também.

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