quarta-feira, 5 de maio de 2010

Alegre formaliza candidatura

Manuel Alegre formalizou a sua candidatura à Presidência da República. Alea jacta est. A partir daqui podemos considerar três possíveis desenvolvimentos:

1) Sócrates não apoia Alegre. É uma hipótese absolutamente teórica. De facto, não tem outra alternativa. Um apoio a Fernando Nobre, por exemplo, não seria compreendido pela maioria dos militantes do seu partido e redundaria num resultado inferior àquele que Mário Soares obteve nas últimas presidenciais.

2) Sócrates apoia Alegre a contragosto. É a opção mais provável. Porém, se este distanciamento se traduzir numa mobilização fraca da máquina partidária do PS durante a campanha eleitoral, então dificilmente se conseguirá ilibar da acusação de ter favorecido a vitória de Cavaco e a sua posição no seio do partido e perante o seu próprio eleitorado ficará enfraquecida.

3) Sócrates apoia Alegre empenhadamente. Alegre conseque reunir, pelo menos numa eventual 2ª volta, os votos de toda a esquerda e vence as eleições. Tratar-se-ia da vitória duma candidatura independente. As ideias e a prática política do candidato não deixam margem para dúvidas a esse respeito e por isso mesmo é que ela é capaz de encontrar apoios numa esquerda que transcende largamente as fronteiras do PS. Os louros da vitória caberão por inteiro ao candidato e Sócrates, enquanto for 1º ministro, terá que se entender com um PR que nem será cómodo nem fácil perante os desmandos da governação.

Não admira que Sócrates tenha dificuldade em decidir. É que se Manuel Alegre ainda não ganhou, ele próprio, seja qual for a posição que resolva adoptar, parece que já perdeu.

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