quinta-feira, 10 de dezembro de 2009



SOLIDARIEDADE COM

AMIETU HAIDAR

Amietu Haidar está há 25 dias em greve de fome, no aeroporto de Lanzarote, Canárias. Recusa ser alimentada à força num hospital e encontra-se em risco de vida.

O que reivindica? O direito de se poder juntar à sua família em El Aiún, capital do Sahara Ocidental.

Por que é que esse direito lhe é negado? O seu “crime” é ter defendido, nomeadamente junto de várias instâncias internacionais, o direito do Sahara Ocidental à autodeterminação, o que tem sido negado por Marrocos que, desde 1976, ocupa a quase totalidade do território desta ex-colónia espanhola.

Hoje é o Dia Internacional dos Direitos do Homem. Entre eles, contam-se: a proibição de exílio arbitrário, a liberdade de deslocação e residência, o direito à expressão e informação, o de participação na vida pública.

Aimatu Haidar está disposta a sacrificar a sua vida em nome destes direitos fundamentais. Poderá o rei de Marrocos permanecer indiferente a este sacrifício sem se cobrir de vergonha?

Sabemos que Marrocos não pretende reconhecer o direito do Sahara Ocidental à autodeterminação porque quer garantir a posse de territórios ricos em fosfatos e o controle de uma importante zona pesqueira. Julga que respeitar os direitos de Aimanatu Haidar poderia ser interpretado como uma perigosa cedência. Conhecemos também as tímidas atitudes daqueles que, na Europa, consideram ser seu dever, antes de mais, não hostilizar um país com quem têm boas relações comerciais.

Será que, desta vez, na balança da Justiça, o prato dos Direitos Humanos vai pesar mais do que o dos interesses materiais? Ou vamos assistir de novo ao triunfo da hipocrisia e do cinismo?

Sem comentários:

Enviar um comentário