CINCO PERGUNTAS INEVITÁVEIS E DUAS RESPOSTAS SIMPLES
Em Portugal, contaram-se os votos e fez-se a festa. E, sem dúvida, não faltaram razões para isso. Agora, chegou o momento de voltar a pôr os pés na terra. E, para isso, deixo aqui algumas questões a propósito do actual panorama político europeu que julgo merecerem reflexão e respostas.
1) Os Partidos da direita e centro-direita ganharam as eleições nos maiores países da União Europeia: em Espanha, França, Inglaterra, Alemanha e Itália. Ganharam nos países onde já governavam e ganharam nos países onde estavam na oposição. Porquê?
2) A representação parlamentar do Partido Socialista Europeu passou de 216 (em 783) para 161 deputados (em 236). Porquê?
3) A direita nacionalista, populista e eurocéptica reforçou-se. A extrema-direita também. Porquê?
4) O Grupo Unitário da Esquerda (partidos comunistas e da esquerda radical), que estava representado no PE por 41 deputados, passou a ter 33. Porquê?
5) Entretanto, o grupo dos Verdes subiu de 43 para 52. Porquê?
Sem prejuízo de uma análise mais fina, sem dúvida necessária, parece-me ser possível adiantar desde já duas ideias: 1) a deriva neoliberal da social-democracia não compensou quem apostou nesse caminho; 2) quem viu na actual crise económica o anúncio do fim do capitalismo, talvez venha a ter uma amarga surpresa.
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