quarta-feira, 6 de março de 2013



Estive presente na manifestação de Braga. Não sei dizer se foi mais ou menos participada do que a de 15 de Setembro de 2012. Pareceu-me diferente. Talvez mais pessoas, mas menos humor, menos sarcasmo, até, menos insultos.

No final da manifestação, uma jovem de 13 subiu ao palco e, num discurso entrecortado por soluços, falou do medo de não poder continuar a estudar, de não conseguir emprego, de perder a casa, de ser forçada a emigrar, de ter de se separar da família. Pareceu-me ter sido esse o momento mais forte de uma manifestação, mais marcada pelo desespero do que pela esperança.

É claro que o governo está isolado. Já ninguém espera nada de bom vindo das bandas de Passos Coelho & Cia. Mas oposição que, à esquerda, é já maioritária, não é capaz de se unir em torno de um programa alternativo. De facto, o PS, o PCP e o BE não se têm mostrado sequer interessados em apresentar listas conjuntas a qualquer uma das x freguesias do país.

O protesto une-nos, as alternativas dividem-nos. Todos aqueles que se reuniram no 2 de Março sabem disso. E daí o desespero. Apesar da imensa revolta, o PSD e o CDS continuarão a governar (e a destruir) o país, sob a vigilância atenta da Troika. Até quando?

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