sábado, 24 de julho de 2010

A banca portuguesa, a crise e o stress

As quatro instituições bancárias portuguesas (CGD, Millenium BCP, BES e BPI) submetidas aos testes de stress promovidos pelo BCE obtiveram resultados positivos.

São boas notícias. Se os resultados fossem negativos, isso traduzir-se-ia numa maior dificuldade de acesso ao crédito interbancário e, portanto, num agravamento das condições de acesso ao crédito pelas famílias e pelos investidores nacionais que recorrem aos maiores bancos portugueses. Logo, num travão ao crescimento económico com consequências inevitáveis em termos de desemprego.

Por outro lado, a boa saúde da banca obriga-nos a questionar os benefícios fiscais de que tem beneficiado. Como se justifica que um pequeno ou médio empresário, muitas vezes duramente afectado pela crise, pague uma taxa de IRC muito superior àquela que pagam estes saudáveis bancos portugueses?

Ninguém quer mais casos BPN e BPP. A solidez das nossas mais importantes instituições bancárias é uma boa notícia. Porém, importa que não o seja apenas para os seus administradores e accionistas, mas que tal facto encontre reflexos visíveis no desenvolvimento económico do país, no equilíbrio das finanças públicas e no bem-estar das pessoas.

Doutra forma, as principais instituições bancárias passarão nos testes de stress, nós é que reprovaremos.

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