Ainda sobre a passagem directa do 8º para o 10º ano
Na resposta a um comentário ao meu penúltimo post n' a formiga de esopo, afirmei que a passagem dos alunos com mais de 15 anos que reprovarem no 8º para o 10º ano da escolaridade só me parecia viável caso os exames que fizessem fossem exames “a fingir”.
Não resisto agora à tentação de reproduzir aqui alguns depoimentos sobre o mesmo assunto que recolhi hoje do Diário de Notícias:
Nuno Crato, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, em resposta à questão “Um aluno que chumbou a Matemática no 8º ano tem hipótese de passar no exame nacional do 9º ano?”, responde assim: “Só se os exames forem excepcionalmente simples, ainda mais do que já são, à partida não consegue. Um aluno que não tenha conseguido passar do 8º para o 9º, como é que, nos dois ou três meses que decorreram entre o tempo que surgiu essa possibilidade e o exame, vai aprender o suficiente para passar? Só se a prova não tivesse os conteúdos próprios de um exame do 3º ciclo, como se disse.
Rosário Gama, directora da Escola Secundária Infanta D. Maria II, de Coimbra, concorda que “não há” qualquer hipótese de sucesso para esses alunos. E acrescenta: “Espero que não haja. É muito mau para os jovens irem para o 10º ano sem aprender nada”.
Adalmiro Botelho da Fonseca, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas afirma não ver “nenhum impacto [positivo] nessa lei (…). É uma perda de tempo. E um trabalho enorme que as escolas vão ter”.
Perder-se-á tempo a realizar de exames onde a reprovação seja que certa. E ganhar-se-á o quê se, em vez disso, se optar por “exames a fingir” com aprovação garantida?
Uma coisa é certa: a possibilidade de saltar do 8º para o 10º ano fica reservada aos alunos com uma história de reprovações. Para aqueles que se esforçaram para concluir com sucesso os primeiros oito anos da escolaridade obrigatória essa hipótese fica-lhes vedada. Donde se conclui que não estudar e reprovar até pode ser vantajoso…
Na resposta a um comentário ao meu penúltimo post n' a formiga de esopo, afirmei que a passagem dos alunos com mais de 15 anos que reprovarem no 8º para o 10º ano da escolaridade só me parecia viável caso os exames que fizessem fossem exames “a fingir”.
Não resisto agora à tentação de reproduzir aqui alguns depoimentos sobre o mesmo assunto que recolhi hoje do Diário de Notícias:
Nuno Crato, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, em resposta à questão “Um aluno que chumbou a Matemática no 8º ano tem hipótese de passar no exame nacional do 9º ano?”, responde assim: “Só se os exames forem excepcionalmente simples, ainda mais do que já são, à partida não consegue. Um aluno que não tenha conseguido passar do 8º para o 9º, como é que, nos dois ou três meses que decorreram entre o tempo que surgiu essa possibilidade e o exame, vai aprender o suficiente para passar? Só se a prova não tivesse os conteúdos próprios de um exame do 3º ciclo, como se disse.
Rosário Gama, directora da Escola Secundária Infanta D. Maria II, de Coimbra, concorda que “não há” qualquer hipótese de sucesso para esses alunos. E acrescenta: “Espero que não haja. É muito mau para os jovens irem para o 10º ano sem aprender nada”.
Adalmiro Botelho da Fonseca, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas afirma não ver “nenhum impacto [positivo] nessa lei (…). É uma perda de tempo. E um trabalho enorme que as escolas vão ter”.
Perder-se-á tempo a realizar de exames onde a reprovação seja que certa. E ganhar-se-á o quê se, em vez disso, se optar por “exames a fingir” com aprovação garantida?
Uma coisa é certa: a possibilidade de saltar do 8º para o 10º ano fica reservada aos alunos com uma história de reprovações. Para aqueles que se esforçaram para concluir com sucesso os primeiros oito anos da escolaridade obrigatória essa hipótese fica-lhes vedada. Donde se conclui que não estudar e reprovar até pode ser vantajoso…
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