Ainda sobre a derrota do Bloco
nas eleições autárquicas
Como é possível perder 300.000 votos em quinze dias?
Quem ganha com a insistência numa lógica de contrapoder?
Quem tem medo de juntar forças?
Em quinze dias, o Bloco perdeu o apoio de cerca de 300.000 eleitores. Como é isto possível? Na minha opinião, em eleições autárquicas não há lugar para o voto de protesto. Os eleitores exigem propostas viáveis para resolver problemas concretos e votam em quem se apresenta dotado dos meios necessários para as levar à prática. Ou seja, votam útil.
Em Lisboa, em que medida era “útil” votar em Luís Fazenda? Para ter uma tribuna de denúncias, bastará ao Bloco ter uma pequena representação na Assembleia Municipal.
No Porto, a corrente minoritária do PS protagonizada por Pedro Baptista defendeu uma candidatura conjunta PS-CDU-BE. João Teixeira Lopes chegou a admitir essa hipótese. Os resultados eleitorais mostram que, se somassem os votos destes três partidos, Rui Rio teria sido derrotado. Outros valores mais altos se levantaram, para sorte da coligação de direita e azar da esquerda no seu conjunto.
De uma maneira geral, as últimas eleições vieram confirmar a instabilidade da base eleitoral do Bloco. Quando consegue cativar o apoio de tradicionais eleitores do PS descontentes com a direcção do Partido, sobe para uns 10%, quando se afasta da ala esquerda do PS e de outros sectores da esquerda independente e se fecha na sua concha, desce para uns 5 ou 6%. Foi o que aconteceu nas presidenciais, com a candidatura de Louçã, e agora nas autárquicas, particularmente em Lisboa e no Porto. É claro que este vai e vem não durará eternamente… A manterem-se estes acessos periódicos de auto-suficiência e sectarismo, chegará o dia em que parte do eleitorado do Bloco se vai embora para não mais regressar.
Quem ganha com a insistência numa lógica de contrapoder?
Quem tem medo de juntar forças?
Em quinze dias, o Bloco perdeu o apoio de cerca de 300.000 eleitores. Como é isto possível? Na minha opinião, em eleições autárquicas não há lugar para o voto de protesto. Os eleitores exigem propostas viáveis para resolver problemas concretos e votam em quem se apresenta dotado dos meios necessários para as levar à prática. Ou seja, votam útil.
Em Lisboa, em que medida era “útil” votar em Luís Fazenda? Para ter uma tribuna de denúncias, bastará ao Bloco ter uma pequena representação na Assembleia Municipal.
No Porto, a corrente minoritária do PS protagonizada por Pedro Baptista defendeu uma candidatura conjunta PS-CDU-BE. João Teixeira Lopes chegou a admitir essa hipótese. Os resultados eleitorais mostram que, se somassem os votos destes três partidos, Rui Rio teria sido derrotado. Outros valores mais altos se levantaram, para sorte da coligação de direita e azar da esquerda no seu conjunto.
De uma maneira geral, as últimas eleições vieram confirmar a instabilidade da base eleitoral do Bloco. Quando consegue cativar o apoio de tradicionais eleitores do PS descontentes com a direcção do Partido, sobe para uns 10%, quando se afasta da ala esquerda do PS e de outros sectores da esquerda independente e se fecha na sua concha, desce para uns 5 ou 6%. Foi o que aconteceu nas presidenciais, com a candidatura de Louçã, e agora nas autárquicas, particularmente em Lisboa e no Porto. É claro que este vai e vem não durará eternamente… A manterem-se estes acessos periódicos de auto-suficiência e sectarismo, chegará o dia em que parte do eleitorado do Bloco se vai embora para não mais regressar.
- As presidenciais e as autárquicas são sempre difíceis para o Bloco, porque não basta um programa único e 20 ou 30 protagonistas, caso das legislativas. O BE necessita de milhares de candidatos e 308 programas. Na eleição única o problema aumenta, ou vai só ou bem acompanhado, talvez a 2ª opção seja a melhor.
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