segunda-feira, 8 de abril de 2013



O nosso “plano B” é a demissão do governo

Vítor Gaspar já tinha anunciado que não tinha um plano B para o caso do Tribunal Constitucional chumbar algumas normas do Orçamento. E era verdade, de facto não tinha. Aquilo que Passos Coelho anunciou ontem ao país não é mais do que o velho “plano A” dos cortes na Saúde, na Educação e na Segurança Social que já tinham sido anunciados sob a designação pomposa de “refundação do Estado social” e que previam uma diminuição da despesa em 4 mil milhões de euros.  A única novidade é que, agora, aquilo que já estava previsto, passou a ter um novo responsável. A responsabilidade por estes cortes, que vão agravar injustiças sociais e situações de pobreza, já não pode ser assacada ao governo e aos efeitos recessivos das suas políticas de austeridade, mas é do Tribunal Constitucional e, em última análise, da própria Constituição.

Temos uma Constituição que defende o princípio da igualdade e é isso que nos impede de prosseguir no caminho da salvação para onde o governo nos queria levar.

Evidentemente, nem todos pensam assim. Muitos consideram que nenhuma Constituição democrática pode passar por cima desse princípio. E mais ainda: pensam que políticas de austeridade com efeitos recessivos não são o caminho da salvação, mas o da bancarrota. Simplesmente, não é possível pagar uma dívida que se acumula por efeito dos juros obrigacionistas, quando a riqueza nacional diminui.

A única forma de sair do ciclo vicioso da austeridade-recessão-endividamento é renegociar montantes, prazos e juros da dívida pública, libertando capitais para o investimento em actividades geradoras de riqueza e de emprego. Mas, para isso, não podemos contar com um governo que considera as imposições da Troika como um mandato divino.

É por isso que a solução dos nossos problemas económicos passam por decisões políticas: pela demissão do governo, pela realização de eleições antecipadas e pela construção de uma alternativa maioritária e de esquerda à actual governação. Esse terá que ser o nosso "plano B".

Sem comentários:

Enviar um comentário