domingo, 17 de abril de 2011

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Os “Verdadeiros Finlandeses” e os verdadeiros destinatários do “auxílio externo”

Os “Verdadeiros Finlandeses” pensam que não têm de pagar os desvarios da governação portuguesa. Ainda não perceberam que a “ajuda externa” que a Troika, formada por representantes do FMI, da CE e do BCE, negoceia em Portugal não se traduz, em última análise, por um acto de solidariedade junto de um país à beira da bancarrota, mas pela tentativa de salvar a banca internacional das consequências de um possível incumprimento.

Não vou negar os muitos e graves erros que foram cometidos pelos governos, pelos empresários e mesmo pelos simples consumidores privados, que foram sendo cometidos ao longo destes últimos dez anos. Mas o epicentro de tudo isto está na especulação financeira: os juros exorbitantes que pagamos pelos empréstimos contraídos encheram os bolsos dos nossos credores, ao mesmo tempo que asfixiavam quaisquer possibilidades de crescimento económico. Quando este processo nos conduziu à beira do abismo, os especuladores financeiros intervieram para se salvar a si próprios.

Os finlandeses, os "verdadeiros” e os outros, deveriam colocar a seguinte questão: se a Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, e por aí fora, entrarem em default, que consequência é que isso terá para o futuro da União Europeia e, portanto, para o futuro da economia finlandesa em particular?

Quanto a nós, a questão coloca-se de outra maneira: sem um alongamento dos prazos de pagamento, sem uma descida substancial dos juros, sem investimento na indústria e na agricultura e, portanto, sem crescimento económico, nunca mais será possível saldar a nossa dívida externa. E nada disto é compatível com medidas de austeridade que são ditadas apenas pelos interesses imediatos dos especuladores financeiros e que não têm outro efeito senão o de nos condenar a uma prolongada recessão económica, com o agravamento inevitável dos níveis de desemprego e miséria que atingem já milhões de portugueses.

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