A
política de austeridade – as últimas notícias de um falhanço anunciado
O programa do governo PSD/CDS tinha
como objectivo central a descida do défice orçamental para 4,5% do PIB e
defendia como meio para chegar aí “cortar nas gorduras do Estado”.
Passado o primeiro ano após a sua
tomada de posse, podemos verificar que as tais “gorduras” eram os vencimentos
dos funcionários públicos e os gastos do Estado com a saúde, a educação e a
segurança social. Em todos esses domínios cortou-se impiedosamente. Mas não foi
suficiente. Ao contrário do que repetidamente tinham prometido durante a
campanha eleitoral, subiram os impostos, nomeadamente o IVA e o IRS. Cortando-se
na despesa e aumentando a receita, equilibravam-se as contas públicas e a
economia podia começar a crescer.
Chegou a
hora de fazer um primeiro balanço e os números da execução orçamental nos
primeiros cinco meses do ano permitem-nos isso mesmo.
O resultado mais evidente é a recessão
económica: o poder de compra dos portugueses desceu (mesmo no que se refere aos
bens de primeira necessidade), as falências sucederam-se e o desemprego atingiu
números nunca vistos. Sacrifícios que teríamos de suportar, disseram-nos, para
que o tal défice de 4,5% pudesse ser alcançado.
Acontece que, apesar da subida das
taxas, as receitas do IVA desceram 2,8%. O governo esqueceu-se que
trabalhadores mal pagos consomem pouco. O Imposto automóvel desceu 47% e o
Imposto sobre os combustíveis caiu 8%. O IRC também desceu 15.5%: empresas
falidas não pagam impostos e a grande maioria das PME’s, que produzem para o
mercado interno, viu a procura dos suas mercadorias contrair-se
extraordinariamente. Quanto às grandes empresas do PSI 20, essas preferem pagar
grande parte dos seus impostos no estrangeiro. Resultado: as receitas do Estado
nos primeiros 5 meses do ano reduziram-se 3,5% em relação ao mesmo período do
ano anterior.
Quanto às despesas, apesar dos cortes
nas tais “gorduras”, subiram, reflectindo o aumento do desemprego para 15%
(embora cerca de metade dos trabalhadores nessas condições tenha já perdido o
direito ao subsídio de desemprego).
Interessante!
ResponderEliminarSeguindo-te.
Afagos na alma.
Eu Leilinha