O pântano
Férias, problemas de saúde e uma razoável preguiça têm-me afastado da escrita. Além disso, a actualidade política portuguesa, que tem sido o assunto dominante deste blog, parece-me um tema cada vez menos motivador. Os problemas de hoje são os de ontem e os de há muito tempo atrás. Os dirigentes e os comentadores políticos repetem-se. As pessoas comuns parecem oscilar entre o conformismo e uma revolta surda e, no fim, ainda que sem entusiasmo nem esperança de dias melhores, preparam-se para votar nos do costume.
O último inquérito de opinião da Eurosondagem (1-7 de Setembro) exemplifica o que acabamos de afirmar:
PS – 36%, PSD – 35,8%, CDS/PP – 8,4%, CDU – 7,7%, BE – 7,1%.
Férias, problemas de saúde e uma razoável preguiça têm-me afastado da escrita. Além disso, a actualidade política portuguesa, que tem sido o assunto dominante deste blog, parece-me um tema cada vez menos motivador. Os problemas de hoje são os de ontem e os de há muito tempo atrás. Os dirigentes e os comentadores políticos repetem-se. As pessoas comuns parecem oscilar entre o conformismo e uma revolta surda e, no fim, ainda que sem entusiasmo nem esperança de dias melhores, preparam-se para votar nos do costume.
O último inquérito de opinião da Eurosondagem (1-7 de Setembro) exemplifica o que acabamos de afirmar:
PS – 36%, PSD – 35,8%, CDS/PP – 8,4%, CDU – 7,7%, BE – 7,1%.
Parece confirmar-se a ideia que, muito justamente, a opinião pública resolveu penalizar o PSD pelas suas propostas neoliberais de revisão constitucional. Quanto ao mais, tudo na mesma.
De resto se ninguém está satisfeito com o estado actual das coisas, também ninguém está disponível para abrir uma crise política da qual nada de substancialmente diferente sairia, a não ser, talvez, a penalização em termos de resultados eleitorais daqueles que ousem provocá-la. Aliás, entramos já nos últimos seis meses do mandato do PR que está, portanto, constitucionalmente impedido de dissolver a AR e convocar eleições.
Nestas circunstâncias, as disputas entre o PS e o PSD a propósito do Orçamento de Estado só podem ser desvalorizadas. É claro que Passos Coelho vai regatear até ao último minuto a abstenção do grupo parlamentar do PSD, tentando satisfazer minimamente os interesses do núcleo duro do seu eleitorado. Mas a Comissão Europeia não veria com bons olhos o chumbo do OGE, os nossos financiadores muito menos (será preciso recordar que o Estado se mantém à custa dos créditos obtidos lá fora?), Cavaco Silva já apelou a um entendimento e, em última análise, aquilo que vier a ser proposto decorrerá do PEC que o próprio PSD viabilizou.
O OGE será, portanto aprovado, a revisão constitucional não trará nada de novo, Sócrates continuará à frente do governo, a política imposta pelo PEC continuará a ditar as suas leis e, já agora, provavelmente, Cavaco Silva será reeleito. Entretanto, o desemprego bate recordes, a precariedade pesa como chumbo sobre os ombros dos jovens, a pobreza assenta arraiais. E muitos, como eu, esperam que surjam ideias novas que motivem o nascimento duma alternativa de esquerda.
De resto se ninguém está satisfeito com o estado actual das coisas, também ninguém está disponível para abrir uma crise política da qual nada de substancialmente diferente sairia, a não ser, talvez, a penalização em termos de resultados eleitorais daqueles que ousem provocá-la. Aliás, entramos já nos últimos seis meses do mandato do PR que está, portanto, constitucionalmente impedido de dissolver a AR e convocar eleições.
Nestas circunstâncias, as disputas entre o PS e o PSD a propósito do Orçamento de Estado só podem ser desvalorizadas. É claro que Passos Coelho vai regatear até ao último minuto a abstenção do grupo parlamentar do PSD, tentando satisfazer minimamente os interesses do núcleo duro do seu eleitorado. Mas a Comissão Europeia não veria com bons olhos o chumbo do OGE, os nossos financiadores muito menos (será preciso recordar que o Estado se mantém à custa dos créditos obtidos lá fora?), Cavaco Silva já apelou a um entendimento e, em última análise, aquilo que vier a ser proposto decorrerá do PEC que o próprio PSD viabilizou.
O OGE será, portanto aprovado, a revisão constitucional não trará nada de novo, Sócrates continuará à frente do governo, a política imposta pelo PEC continuará a ditar as suas leis e, já agora, provavelmente, Cavaco Silva será reeleito. Entretanto, o desemprego bate recordes, a precariedade pesa como chumbo sobre os ombros dos jovens, a pobreza assenta arraiais. E muitos, como eu, esperam que surjam ideias novas que motivem o nascimento duma alternativa de esquerda.
Caros amigos
ResponderEliminarAs propostas politicas do PSD,não são resultado da pressão do seu "nucleo duro",mas sim o resultado das exigências que lhe são colocadas pela grande burguesia financeira e industrial que representa,não se trata de uma nova politica liberal,mas sim do fim do ciclo económico Keynesiano de controle e regulamentação da economia por parte do estado,como resultado da perda de competitividade das economias, dos Estados e potências imperialistas do chamado Ocidente em relação às potências emergentes.Por outro o desmantelamento dos direitos constítuidos no chamado Estado Social, não são apenas motivados pela perda desta competitividade, mas também pela alteração existente ( devido a várias circunstâncias, por exemplo o peso do reformismo no movimento operário) na correlação de forças entre capital e trabalho que neste momento é bastante favorável á burguesia,não por falta de condições objectivas,mas principalmente devido à fraqueza das forças revolucionárias ainda em embrião,e que têm muitas dificuldades em fazer passar a sua mensagem.
A qualificar de neoliberal ou propostas politicas neoliberais,deve-se qualificar todas as politicas anti-sociais e anti-laborais levadas à prática pelos governos P"S",porque estes sim há muito abandonaram as politicas "social-democratas" e aderiram ao LIBERALISMO.
O nascimento de uma nova corrente de esquerda, tem de ser obrigatóriamente revolucionária, mas ela só pode nascer, crescer e tornar-se ALTERNATIVA,assim aliando o nosso desejo ao vosso pedimos que tomem conhecimento do nosso Blog, analisem os nossos textos e propostas e entrem em contacto connosco, afim de conversar-mos.
Saudações Revolucionárias
jotaluz@gmail.com
Deve-se lêr
ResponderEliminar"mas ela só pode nascer,crescer e tornar-se alteranativa,se todos lutarmos por isso, que pensamos ser o vosso caso,assim aliando...